segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Linha Tênue Entre o Brega e o Chic.

Ser brega na música brasileira é falar abertamente de amores perdidos, saudade da terra, paixões arrebatadoras, usando melodias consonantes, refrões de fácil assimilação, linguagem de fácil acesso e ritmos contagiantes. Ser chic é falar de tudo isso usando a subjetividade nas letras, melodias ricas em dissonâncias, fusão de ritmos rebuscados. Para ambos os casos existem públicos bem definidos, mas, que as vezes fundem-se a depender do momento e do ambiente.
Nos anos 70, por exemplo, enquanto Chico Buarque usava pseudônimo de Julinho da Adelaide para compor e assim driblar a censura em canções como “Apesar de Você”, cuja letra teria sido uma crítica direcionada ao então Presidente da República Emilio Garrastazu Médici, outro cantor e compositor recebia reprimendas e tinha também suas canções censuradas. Odair José, ídolo das multidões, foi um dos mais censurados na música popular, canções como: O Motel, Pare de Tomar a Pílula, A Primeira Noite( que Odair precisou mudar o título para: Noite de Desejos). Segundo a censura tais canções iam de encontro à moral e os bons costumes e feriam os princípios do regime. Como vemos, à época de chumbo, o “sistema era bruto pra qualquer um”!.
O tempo passou, a ovelha Dolly foi clonada, a internet se popularizou, chegou a telefonia móvel celular, mas, a censura continuou, só que mudou de mãos. Hoje o que vemos é a critica musical e/ou interesses de grupos ligados ao show business determinando o que vai ser Cult e o que será considerado Brega. A grande diferença é que com a facilidade que o artista tem hoje em gravar seu próprio CD e colocar-se no mercado informal, as portas para o estrelato ficaram mais largas.
Um exemplo claro do fenômeno musical faça você mesmo, são os cantores de “Arrocha” na Bahia que começaram a aparecer em 2004 e fizeram e fazem sucesso entre jovens e adultos de várias idades e classes sociais. Naquele momento, chamar de brega: Nara Costa ("Rainha do Arrocha"), Márcio Moreno ("Rei do Arrocha"), Silvano Salles ("O Cantor Apaixonado"), e os grupos Arrocha e Asas Livres, era o mesmo que assinar um atestado de desinformado ou na melhor das hipóteses, saudosista dos anos 80.
Outro bom exemplo são os artistas sertanejos que durante um bom tempo, foram chamados de “Breganejos”. Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner, Daniel, Leonardo, Milionário e Zé Rico tiveram que trabalhar duro para derrotar essa pecha e cair no gosto da maioria. Mas, ainda assim, os artistas já consagrados da música sertaneja, já estão dando espaço a novos astros, com uma proposta menos ousada e que vem dando muito certo. Para tanto, a moçada adotou o um rótulo mais moderno para conseguirem passar pelo crivo do público mais jovem, é o caso das duplas, Victor & Leo, João Bosco e Vinícius, João Neto e Frederico, Hugo e Tiago e César Menotti e Fabiano responsáveis por o que consideram o resgate da música sertaneja de raiz. Com o nome de Sertanejo Universitário, eles trazem de volta a cena arranjos com instrumentos acústicos e o acordeon, além de letras mais próximas da realidade do homem do campo. Ou seja, ser brega é fazer o sertanejo country e ser chic é ser sertanejo de raiz. O mesmo fato aconteceu com o forró nos anos 90, por meio de bandas como o Fala Mansa.
Como podemos perceber, há uma linha tênue do que é Brega ou Chic, tudo vai depender do momento. O que hoje é brega, amanhã é chic e vice-versa.

6 comentários:

  1. pitta ta seguindo a linha que mostra que o blog não é um veiculo para escrever para si mesmo mais para os leitores. parabens pitta!!! só uma observação eu acho que quando os paragrafos não são separados com espaço o texto fica muito pesado para a leitura.

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  2. Pitta, escreve para os outros e isso torna o blog interessante, mais esse questão do brega e do chic irá sempre acontecer em todos os cantos, cada um com sua vivencia.

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  3. Brega e chic, isso é muito relativo, pois cada individuo tem sua caracteristica, sua marca. Não adianta o chic querer ser brega, pois ser chic esta na sua essência, assim, acontece com o brega também. Ru sou os dois... adoro ser brega de vez em quando, faz parte.

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  4. oi pitta, esqueceu de Vandré, prá não dizer que não falei das flores,que viveu os dos momentos mais difícil da ditadura, que hj se rendeu aos militares.o conceito de brega e chic é mui complexo,seu blog é chic e vc é brega.hahahaha,fique com Deus meu irmão.cbomfim

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  5. Pita ainda bem que você estar saindo do, anonimato do radio para, as tela de tv. Sucesso você merece. E falando da ditadura ainda tem muitos pais esperando seus filhos.

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  6. brega e chic cada pessoa tem um modo de pensar ...

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