quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Uma Voz se Cala!

Antes mesmo de sonhar em um dia tornar-me um radialista, já ouvia aos domingos na TV, uma voz marcante, enigmática, cuja alegria dava suporte ao apresentador Silvio Santos na condução do dominical. Apesar de ser criança, ficava admirado com aquela voz e curioso para ver o seu dono(algo que nunca aconteceu). É incrível como um profissional da televisão que nunca apareceu no vídeo, pôde influenciar vários profissionais e fazer parte do DNA de uma marca como SBT.
Não tenho dúvidas, de que a profissão locutor de cabine, tenha ganhado o seu merecido reconhecimento graças ao efeito Lombardi. A televisão brasileira perde mais um dos seus ícones, mas, Luiz Lombardi Neto (simplesmente Lombardi) e seu bordão, “Oi Silvio!”, jamais serão esquecidos.
O mensageiro das boas notícias, o artista da voz calou-se e entrou para história da comunicação de massa brasileira abrindo uma imensa lacuna que dificilmente será preenchida com a mesma maestria.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Linha Tênue Entre o Brega e o Chic.

Ser brega na música brasileira é falar abertamente de amores perdidos, saudade da terra, paixões arrebatadoras, usando melodias consonantes, refrões de fácil assimilação, linguagem de fácil acesso e ritmos contagiantes. Ser chic é falar de tudo isso usando a subjetividade nas letras, melodias ricas em dissonâncias, fusão de ritmos rebuscados. Para ambos os casos existem públicos bem definidos, mas, que as vezes fundem-se a depender do momento e do ambiente.
Nos anos 70, por exemplo, enquanto Chico Buarque usava pseudônimo de Julinho da Adelaide para compor e assim driblar a censura em canções como “Apesar de Você”, cuja letra teria sido uma crítica direcionada ao então Presidente da República Emilio Garrastazu Médici, outro cantor e compositor recebia reprimendas e tinha também suas canções censuradas. Odair José, ídolo das multidões, foi um dos mais censurados na música popular, canções como: O Motel, Pare de Tomar a Pílula, A Primeira Noite( que Odair precisou mudar o título para: Noite de Desejos). Segundo a censura tais canções iam de encontro à moral e os bons costumes e feriam os princípios do regime. Como vemos, à época de chumbo, o “sistema era bruto pra qualquer um”!.
O tempo passou, a ovelha Dolly foi clonada, a internet se popularizou, chegou a telefonia móvel celular, mas, a censura continuou, só que mudou de mãos. Hoje o que vemos é a critica musical e/ou interesses de grupos ligados ao show business determinando o que vai ser Cult e o que será considerado Brega. A grande diferença é que com a facilidade que o artista tem hoje em gravar seu próprio CD e colocar-se no mercado informal, as portas para o estrelato ficaram mais largas.
Um exemplo claro do fenômeno musical faça você mesmo, são os cantores de “Arrocha” na Bahia que começaram a aparecer em 2004 e fizeram e fazem sucesso entre jovens e adultos de várias idades e classes sociais. Naquele momento, chamar de brega: Nara Costa ("Rainha do Arrocha"), Márcio Moreno ("Rei do Arrocha"), Silvano Salles ("O Cantor Apaixonado"), e os grupos Arrocha e Asas Livres, era o mesmo que assinar um atestado de desinformado ou na melhor das hipóteses, saudosista dos anos 80.
Outro bom exemplo são os artistas sertanejos que durante um bom tempo, foram chamados de “Breganejos”. Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, Rick e Renner, Daniel, Leonardo, Milionário e Zé Rico tiveram que trabalhar duro para derrotar essa pecha e cair no gosto da maioria. Mas, ainda assim, os artistas já consagrados da música sertaneja, já estão dando espaço a novos astros, com uma proposta menos ousada e que vem dando muito certo. Para tanto, a moçada adotou o um rótulo mais moderno para conseguirem passar pelo crivo do público mais jovem, é o caso das duplas, Victor & Leo, João Bosco e Vinícius, João Neto e Frederico, Hugo e Tiago e César Menotti e Fabiano responsáveis por o que consideram o resgate da música sertaneja de raiz. Com o nome de Sertanejo Universitário, eles trazem de volta a cena arranjos com instrumentos acústicos e o acordeon, além de letras mais próximas da realidade do homem do campo. Ou seja, ser brega é fazer o sertanejo country e ser chic é ser sertanejo de raiz. O mesmo fato aconteceu com o forró nos anos 90, por meio de bandas como o Fala Mansa.
Como podemos perceber, há uma linha tênue do que é Brega ou Chic, tudo vai depender do momento. O que hoje é brega, amanhã é chic e vice-versa.

sábado, 28 de novembro de 2009

Lauro Também é Punk

Na contramão dos ritmos que dominam o mercado radiofônico baiano, tem uma rapaziada impar que faz um som poderoso e visceral. Formada por Alisson Lima (guitarra e voz), Alex Costa (baixo e voz) e Wilson Santana (bateria e backing vocal), a Pastel de Miolos traz o puro som punk-rock para abalar as estruturas, inclusive, as de Lauro de Freitas-BA e o novo CD dos caras está aí para mostrar tudo isso.
Ciranda o mais novo rebento do Power Trio, composto por nove e bem elaboradas faixas, faz um passeio por influências do gênero dentro e fora de terras brasilis como a moçada do Cólera, Dead Kennedys, The Ramones, The Clash, Os Replicantes, Garotos Podres, Inocentes, dentre outros pilares do Punk e Hardcore Old School. O bacana além de tudo é que os caras, mais maduros do que nunca, continuam com a língua afiada e mantém o som tribal de sempre. Pra quem não conhece a Pastel de Miolos, na cena há 13 anos mantém a todo custo as suas raízes do punk dos anos 80. Durante essa trajetória, as dificuldades sempre fizeram parte da carreira da Pastel, mas, serviram de alavanca para os caras se manterem unidos e ganharem mais fãs incondicionais.
A imprevisibilidade da Pastel de Miolos, permite shows como o "rockcital" (recital de literatura e rock que rolou em setembro) com o quarteto de escritores Corte (Gustavo Rios, Sandro Ornellas, Lima Trindade e Wladimir Cazé) no espaço Midialouca do Rio Vermelho. Foi um momento muito especial que uniu a energia da Pastel à moderna literatura urbana. O "Rockcital” contou ainda com a escritora Kátia Borges que recitou poemas do seu livro “Ticket Zen”.
Como você já deve ter percebido, existe muita legal acontecendo e por isso é bom ficar antenado. Portanto, permita-se ouvir o som da Pastel de Miolos em, seu mais recente trabalho, “Ciranda”, um disco autoral que contou com recursos do Edital de Apoio à Produção de Conteúdo Digital em Música, da Fundação Cultural do Estado da Bahia- Fundo de Cultura e foi lançado pela Brechó Discos.
Isso prova que nem só de axé, neopagode e acarajé vive a música feita na Bahia de Raulzito. Ah, uma dica: quem quiser curtir e baixar o som da Pastel é só acessar: http://www.myspace.com/pasteldemiolos. Bem, agora só resta desejar bon voyage.

Metrópole

Moro numa cidade Tetra-centária
Onde as pessoas vem e vão
Apaixonadas por um povo
Que leva a vida sem direção.
Vejo criança pedindo nos ônibus
Esmolas pra sobreviver,
Vejo crianças com arma de fogo
Prontas pra matar e prestes a morrer.
O sistema em decadência poda a nossa existência
Até os poetas não criam mais
Seus anseios são mera utopia
São considerados ativistas banais.
Em cada esquina há um deliquente
fruto da situação. Enquanto muitos morrem de fome
Outros enriquecem com a corrupção
O sistema em decadência poda a nossa existência
Até os poetas não criam mais
Seus anseios são mera utopia
São considerados ativistas banais.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fayaka, arriba!

O som ontem foi maravilhoso e a prosa ainda mais. Quem não foi ao Papo de Música, perdeu uma chance impar de conhecer as idéias, os projetos e o som orgânico das Bandas: Mambolada, Adão Negro e Preto Sábio 05.
Como diriam os dominicanos:Caray! Os caras mandam muito bem tanto na música, quanto no discurso. Garanto que muita gente habituada a torcer o nariz para a música feita nas Caraíbas mudou de opinião.
Tanto Serginho (Adão Negro) quanto Gabriel (Mambolada) falaram de questões sociais, mercado fonográfico, piratária e afins. O público teve vez e voz para comentar e fazer perguntas aos convidados que estavam muito à vontade.
O Papo de Música foi um evento promovido pelas turmas de Jornalismo e Propaganda & Marketing da Faculdade 2 de Julho, com o objetivo de arrecadar donativos para ajudar a comunidade carente que está alojada nas instalações da Companhia Ferroviária Leste Brasileira, no bairro da Calçada.
No próximo sábado (28/11), a moçada irá ao local para levar além dos donativos arrecadados durante a campanha, informação sobre cidadania, oficina de confecção de Cangas, atendimento pediátrico e entretenimento para a criançada.